BLOG PARA DIVULGAÇÃO DA LITERATURA RUSSA AOS FALANTES DE LÍNGUA PORTUGUESA.

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Caminho

Quando ninguém nos ama
começamos
a amar as mães


Quando ninguém nos escreve
lembramos
de velhos amigos.

E palavras pronunciamos já só por-
que nos assustamos com o silêncio
e movimentos são perigosos.

No fim das contas, em parques desolados ao acaso
choramos, através dos miseráveis clarins
de orquestras patéticas.

(Gennadiy Aygi)

traduzido por Igor Werneck
~ em russo ~
Путь

Когда нас никто не любит
начинаем
любить матерей


Когда нам никто не пишет
вспоминаем
старых друзей


И слова произносим уже лишь потому
что молчанье нам страшно
а движенья опасны


В конце же – в случайных запущенных парках
плачем от жалких труб
жалких оркестров


(Геннадий Айги)



GENNADIY NIKOLAEVICH AYGI, também transliterado como Guenádi Nikolaievitch Aigui (em russo: Геннадий Николаевич Айги, em chuvache: Геннадий Николаевич Айхи; 21 de agosto de 1934 - 21 de fevereiro de 2006, em Moscou) foi um poeta e tradutor nascido na Chuváquia, na antiga União Soviética.
Começou a escrever poesia em 1958 originalmente em chuvache, traduzindo pessoalmente seus poemas para o russo, língua na qual igualmente escrevia seus poemas.

Devido a política soviética para a literatura, sua poesia acabou sendo ignorada durante muito tempo em seu próprio país, porém circulava em traduções húngaras, polonesas, sérvias, tchecas e brasileira, graças ao esforço de Boris Schnaiderman, em parceria com Haroldo e Augusto de Campos. Somente após a abertura da União Soviética promovida por Mikhail Gorbachev, a Glasnost, passou a ser reconhecido e lido por seus compatriotas.

Em abril de 2011 foi lançado o livro Guenádi Aigui – Silêncio e Clamor, traduzido por Boris Schaiderman, com a parceria de Jerusa Pires Ferreira, publicado pela editora Perspectiva. (Fonte: Wikipedia)

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