Não se acostumem nunca
com o amor!
Não concordem, nem se
estiverem cansados,
Que se calem os vossos
rouxinóis
E que as lindas flores
murchem.
E, principalmente, não
acreditem jamais
Que de fato tudo passa
e se acaba.
Sim, as estrelas se
apagam, mas uma estrela
Chamada Amor, para
sempre e sempre
Está obrigada a arder
no firmamento!
Não se acostumem nunca
com o amor,
Trocando a felicidade
por costumes,
Como se trocassem uma
fogueira por fósforos miúdos,
Não perca o tempo em
trivialidades: viva furiosamente!
Não se acostumem nunca
com os lábios
Que supostamente são
vossos velhos conhecidos,
Como você não se
acostumará com o sol e os ventos
Ou uma chuva torrencial
no meio de uma tempestade estrepitosa!
Sim, aos pequenos
sentimentos é possível, de novo e de novo,
Encontrar, perder e
novamente recuperar,
Mas se, de repente, vos
coube o amor
Acostumar-se com ele é
como descolorir o sangue
Ou perder no
jogo até o último copeque, de uma vez!
Não
se acostumem à felicidade jamais!
Ao
contrário, acendendo-se em combustão luminosa,
Olhem
para o seu amor sempre mais e mais
Com
uma viva e contínua surpresa.
O
diamante não se rende com os anos
E
nunca volta à pequenez.
Surpreendam-se
sempre que vocês -
Merecidamente
ou não, não nos cabe julgar -
Alcançaram,
mesmo assim, no mundo a felicidade!
E,
para que a estrela do amor não mingue,
Executem
essa arte elevada:
Não
permitam que os sentimentos expirem,
Não
se acostumem jamais à felicidade.
EDUARD ARKADIEVITCH ASSADOV (Эдуард Аркадьевич Асадов) nasceu em 1923, na República Socialista Soviética do Turcomenistão. Perdeu a visão aos 21 anos, combatendo na Segunda Guerra Mundial. Escreveu desde pequeno, poemas que conquistavam os corações do povo por tratarem em linguagem simples e direta de temas caros ao homem comum (amor, amizade, fidelidade, heroísmo, etc.). Morreu em 2004, tendo ganhado vários prêmios pelos feitos militares e literários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário