BLOG PARA DIVULGAÇÃO DA LITERATURA RUSSA AOS FALANTES DE LÍNGUA PORTUGUESA.

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ANNA ANDREIEVNA AKHMATOVA (nascida Anna Andreievna Gorenko) foi uma poetisa russa, um dos poucos nomes femininos da literatura russa mais conhecidos no ocidente. Era uma das principais representantes do acmeísmo, uma corrente do modernismo russo fundada por poetas ligados à revista Apollon, que, em resposta à imprecisão e a afetação do simbolismo, primavam, na poesia, pela clareza clássica e por uma linguagem mais usual, concisa e espontânea.

Escrevia tanto poemas longos como, e principalmente, pequenos poemas simples, por vezes sem rimas, característicos da corrente literária à qual se filiava, como o poema "Eu fui visitar o poeta" (Я пришла к поэту в гости), dedicado a Aleksandr Blok - famoso simbolista que não apreciava o acmeísmo.

Akhmatova escrevia desde criança; todavia, diante da resistência de seu pai, que não gostava da ideia de ver a filha ligada à intelectualidade – e seus possíveis vícios – Akhmatova publicou suas primeiras obras sob o pseudônimo, usando o nome da avó.

A despeito da oposição paterna, Akhmatova não continuou escrevendo e publicando como completou sua educação, estudando em várias instituições de ensino notáveis na época, e se formando em Direito na Universidade de Kiev. Além disso, ela se envolveu ativamente no meio intelectual do começo do Século XX, ficando amiga de Marina Tsvetaeva, com quem manteve extensa correspondência poética, e casando-se em 1910 com outro dos mais notáveis representantes do acmeísmo, o poeta Nikolai Gumiliev, com quem teve um filho. O casamento com Gumiliev foi infeliz, graças aos muitos casos extraconjugais do marido, e eles em 1918. Gumiliev, em 1921, foi fuzilado por alegada participação em atividades antirrevolucionárias

Akhmatova, apesar de não ter sido implicada nas supostas atividades ilegais do ex-marido tampouco teve uma vida fácil no início do regime soviético e durante o período stalinista, uma vez que suas obras eram de estilo modernista, considerado pequeno-burguês e que não se adequava aos ideais estéticos pós-revolucionários. Ela encontrou dificuldades em viver da escrita e ocupou-se primordialmente com tradução. Seu companheiro e seu filho Lev Gumilev chegaram a ser detidos algumas vezes. Somente após a morte de Stalin, em 1953, ela começou a ganhar novamente reconhecimento por seu trabalho, sendo-lhe inclusive permitido viajar ao estrangeiro para receber prêmios literários.

Obras de Akhmatova traduzidas aqui no blog:
Poemas de Akhmatova disponíveis em outros blogs ou sites:
  • Traduções de André Nogueira na revista eletrônica de tradução literária Ponto Virgulina
  • Três poemas traduzidos por Rafael Frate e publicados no Estadão
  • Artigo biográfico e poemas selecionados de diversos tradutores no blog Templo Cultural Delfos, de Elfi Kürten Fenske
Você também pode adquirir antologias dos poemas de Anna Akhmatova pela Estante Virtual.

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